quarta-feira, 13 de abril de 2011

SÉRIE CONHECENDO JESUS CRISTO JESUS CRISTO NO AT.

3ª PARTE:
A ETERNIDADE DE JESUS
"Beijai o Filho, para que não se irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados os que nele se refugiam", SI 2.12.
No terceiro versículo deste salmo, o Filho aparece como o Ungido do Senhor: "Os reis da terra se levantam, os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido..." A palavra "ungido", em português, corresponde à palavra "Messias" no hebraico. Não há dúvida alguma, portanto, de que o Filho aqui mencionado é o Messias.
O FILHO ETERNO
A expressão "beijai o Filho" sugere uma atitude de reverência para com o Filho de Deus. As pessoas que lhe negam a adoração devida expõem-se voluntariamente ao iminente perigo de perecerem no caminho para a eternidade. A razão dessa advertência é que, brevemente, Ele virá para julgar as nações e reinar sobre a Terra: Jl 3.12-17.
Aqueles, porém, que se refugiam nele, aceitando-o como seu Rei e Salvador, serão bem-aventurados.
No sétimo versículo do mesmo salmo, lemos o seguinte: "Proclamarei o decreto do Senhor: Ele mel disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei", Sl 2.7.1
O apóstolo Paulo, profundo conhecedor das profecias messiânicas, citando estas palavras em referência a Jesus, confirma o fato de ser Ele o Messias:; "Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais, como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como está escrito no salmo segundo: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei", At 13.32,33. O escritor da carta aos hebreus, depois de fazer a mesma menção, estabelece a eternidade do Messias, apresentando-o como o eterno Filho de Deus: "... mas, acerca do Filho, diz: o teu trono, ó Deus, é para todo o sempre", Hb 1.5-8.
O SACERDOTE ETERNO
O salmo 110, atribuído a Davi pelo próprio Messias, apresenta-o como o sacerdote eterno, dizendo:
"O Senhor jurou, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque", SI 110.4 e Mt 22.44.
Esse sacerdote eterno é Jesus Cristo, pois, o autor da epístola aos hebreus, falando a respeito dele, declara: "Assim também Cristo a si mesmo não se glorificou para se tornar sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei; como em outro lugar também diz: tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque", Hb 5.5,6; 6.20; 7.17 e 21.
Melquisedeque, embora tenha sido um personagem histórico, nada se sabe a respeito de sua origem, nem de sua morte. Tudo que sabemos a seu respeito é que era de Salém, e sacerdote do Deus Altíssimo: "Ele saiu ao encontro de Abraão quando este regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também Abraão [naturalmente, reconhecendo a sua autoridade real e sacerdotal] deu o dízimo de tudo", Gn 14.18-20; Hb 7.1.
Em Hebreus 7.3, ele é descrito do seguinte modo: "... sem pai, sem mãe, sem genealogia, que não teve princípio de dias, nem fim de existência".
Estas características de Melquisedeque fazem-no tipificar o Messias Jesus, o qual, sendo Deus é eterno c não tem, portanto, ancestrais, nem princípio e nem fim. Cremos ter sido esta a intenção do Espírito Santo quando inspirou o autor para registrar essas palavras.
O PRIMEIRO E O ÚLTIMO
"Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, além de mim não há Deus", Is 44.6.
O "Senhor dos Exércitos", que está falando neste texto, é o Messias. Quando estudamos sobre o "Santo de Israel", verificamos que todas estas expressões lhe são atribuídas por Ele mesmo. Isto posto, fica evidente, mais uma vez, a eternidade do Messias Jesus, pois, quando Ele apareceu ao apóstolo João na Ilha de Patmos, identificou-se dizendo: "Eu sou o primeiro e o último", Ap 1.8 e 22.12. Ele é o primeiro e o último, no sentido de não ter princípio nem fim. Isto significa que Ele é eterno.
"Quem fez e executou tudo isso? Aquele que desde o princípio tem chamado as gerações à existência, eu, o Senhor, o primeiro, com os últimos eu mesmo", Is 41.4.
Já vimos que a expressão "primeiro e último", aplica-se ao Messias. Logo, Ele é quem tem chamado as gerações à existência, desde o princípio. A palavra princípio refere-se a uma era antes da contagem do tempo, ou antes da existência de todas as coisas. Ainda nesse período o Messias já existia.
No versículo 25 deste capítulo, o Messias prometido é apresentado nos seguintes termos: "Do norte suscito a um, e ele vem, a um desde o nascimento do sol...". Em Isaías 48.12, o Messias declara a sua eternidade, dizendo: "Dá-me ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, sou o primeiro, e também o último".
No primeiro capítulo da epístola aos Hebreus, o escritor divinamente inspirado, falando da superioridade do Filho sobre os anjos, revela que foi a respeito dele, que o salmista escreveu as seguintes palavras: "Em tempos remotos lançaste os fundamentos da terra; e os céus são obras das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permaneces. Todos envelhecerão como um vestido, como roupa os mudarás , e serão mudados. Tu, porém, és sempre o mesmo, e os teus anos jamais terão fim", SI 102.25-27.
Estas palavras transcritas na íntegra em Hebreus 1.10-12 referem-se ao Messias Jesus, pois Ele é o Filho mencionado no salmo segundo, e citado aqui pelo escritor desta epístola.
O PAI DA ETERNIDADE
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz", Is 9.6.
O profeta, falando por inspiração divina, prevê um evento que se daria 730 anos mais tarde, e descreve-o como se já fosse realizado. Diz ele: "um menino nos nasceu, um filho se nos deu".
A esperança messiânica para os judeus consiste basicamente no advento do Messias, descendente de Davi, o qual reinará em Israel e dominará todas as nações da terra: SI 22.27,28. Esse rei universal é aqui apresentado como "um menino nascido, em cujos ombros está o governo".
No Novo Testamento, somos informados que esse Menino-Rei, é Jesus. O anjo Gabriel, dirigindo-se à virgem Maria, proferiu as seguintes palavras: "Eis que conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi seu pai; ele reinará para sempre na casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim", Lc 1.31-33.
Conforme o texto que estamos considerando, Ele é "Pai da eternidade". A palavra eternidade, aqui, pode referir-se ao período que medeia entre a eternidade passada e a eternidade futura, abrangendo desde a criação até o fim da história humana. Se tomarmos a palavra neste sentido, a expressão "pai da eternidade" significaria que esse rei nascido é anterior à existência de todas as coisas. Moisés, em seu salmo (90.2), parece favorecer tal interpretação quando diz: "Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus". Entretanto, se tomarmos a palavra no sentido absoluto, a expressão significa que o Messias é a origem ou a causa da eternidade; que a eternidade existe, porque Ele sempre existiu; que ninguém há mais eterno do que Ele, porque Ele é "Pai da eternidade". Cremos que esta segunda interpretação é mais aceitável. Seja como for, fica provada mais uma vez, a eternidade do Messias.
O profeta Miquéias, contemporâneo de Isaías, apresenta uma eloqüente confirmação desta verdade, dizendo: "E tu Belém Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade", Mq 5.2.