segunda-feira, 4 de abril de 2011

Conhecendo a Jesus

2ª PARTE: A SANTIDADE DE JESUS
"Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca: como cordeiro foi levado ao matadouro, e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca", Is 53.7.
Na estrada que desce de Jerusalém para Gaza, o evangelista Filipe, sabiamente orientado pelo Espírito Santo, teve oportunidade de explicar este texto ao eunuco etíope, dizendo-lhe que se tratava da pessoa de Jesus: "E Filipe, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus", At 8.32.
À semelhança de uma ovelha quando está sendo tosquiada, o Messias Jesus sofreu em silêncio as afrontas de seus algozes. Realmente, Ele não abriu a sua boca para murmurar ou blasfemar. Isto demonstra claramente a sua santidade e, conseqüentemente, a sua divindade.
O CORDEIRO IMACULADO
O cordeiro, sendo um animal dócil e maleável, serve perfeitamente para representar a humildade e a mansidão do Messias Jesus, conforme Ele próprio declarou: "Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração", Mt 11.29.
O profeta Jeremias, referindo-se à sua inocência em face das maquinações de seus patrícios que procuravam matá-lo, ainda que inconscientemente, mas inspirado pelo Espírito Santo, faz alusão ao Messias nos seguintes termos: "Eu era como manso cordeiro, que é levado ao matadouro", Jr 11.19.
Na instituição da Páscoa, Deus determinou que o cordeiro fosse fisicamente perfeito: não poderia ser coxo, cego, aleijado, ou ter qualquer outro defeito, pois deveria ter todas as condições físicas para tipificar a perfeição moral daquele que mais tarde seria apresentado como "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", Jo 1.29.
O fermento, símbolo da corrupção, era terminantemente proibido durante a festa da Páscoa. À noite, o cordeiro deveria ser comido com pães asmos, isto é, sem fermento. Esta é a razão por que o apóstolo Paulo, exortando os crentes de Corinto a uma vida de santidade, faz a seguinte observação: "Lançai fora o velho fermento para que sejais nova massa, como de fato sois sem fermento. Pois também Cristo [o Messias], nosso cordeiro pascal, já foi imolado por nós", 1 Co 5.7.
MEU SERVO, O JUSTO
Há, no capítulo 53 de Isaías, uma seqüência de expressões referentes a uma mesma pessoa. Já vimos que o cordeiro mencionado no versículo 7 é o Messias. Daí chegamos à conclusão de que todo esse capítulo fala a respeito do Messias.
Assim sendo, Ele é apresentado pelo profeta, nos seguintes termos: "Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito; o meu servo, o justo, com o seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si", Is 53.11.
O apóstolo João, na sua primeira epístola, informa-nos que o justo, aqui referido pelo profeta, é Jesus: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo", 1 Jo 2.1.
O artigo definido masculino singular "o" aqui anteposto à palavra "justo", indica claramente que o Messias Jesus foi o único justo que pisou na face da terra, em todos os tempos. Isto prova a sua absoluta santidade. Portanto, quando aqui viveu, não era meramente homem, e sim, Deus humanizado.
"E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico esteve na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem engano houve em sua boca", Is 53.9.
Aqui, mais uma vez, é afirmada a santidade do Messias. E o apóstolo Pedro, na sua primeira epístola universal, encarrega-se de explicar que essa pessoa santa, aqui referida, é o Messias Jesus: "O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano", 1 Pe 2.22.
Jamais houve, nem há de haver em toda a história da raça humana, uma pessoa que tivesse moral tão elevada, a ponto de se dizer a seu respeito: "Nunca fez injustiça"'. Somente o Messias Jesus teve caráter e conduta perfeitos. Claro está, portanto, que Ele é realmente o Deus que se fez carne.
O SANTO DE ISRAEL
"Pois não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu santo veja a corrupção", SI 16.10.
É possível que Davi, ao escrever estas palavras, estivesse pensando ser ele mesmo a pessoa aqui referida. Entretanto, elas não se cumpriram nele, porque, na realidade, sua alma foi deixada na morte até o dia de hoje, e ele viu a corrupção, no sentido de ter sido pecador como qualquer um de nós. Quem é, pois, essa pessoa? O apóstolo Pedro em seu célebre sermão proferido no dia de Pentecoste, falando sobre isso disse: "Porque a respeito dele diz Davi... não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu santo veja a corrupção", At 2.25-28.
Daí conclui que Davi, ao escrever estas palavras inspirado pelo Espírito Santo, previu a ressurreição e a santidade do Messias Jesus, cuja alma realmente não foi deixada na morte, nem Ele viu a corrupção, visto que nunca pecou.
Certa feita, Jesus, provando a sinceridade dos seus discípulos, perguntou-lhes: "E vós também quereis vos retirar?". Isto provocou uma contundente resposta do apóstolo Pedro: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. Nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus". Jo 6.66-68.
A expressão "Santo de Israel" aparece dezenas de vezes nos escritos proféticos, e sempre se refere ao Messias. 0 Santo de Israel é o nosso Rei, o Senhor Deus, e o Salvador do seu povo: SI 89.18; Is 10.20; 43.3; 48.17.
Ele é para Israel: o Senhor, o Criador, o Santo, o Rei, o Redentor: Is 41.14; 43.14,15; 47.4; 48.7; 54.5. O Santo de Israel é aquele que habitará no meio de Sião, em quem os homens se alegrarão: Is 12.6 e 29.19. Por intermédio do Santo de Israel, os príncipes inclinar-se-ão a Israel: Is 49.7. Ele é o Senhor dos Exércitos e o Deus de toda a Terra: Is 6.3; 47.4 e 54.5.
O Messias Jesus, falando através do profeta Ezequiel, a respeito de sua própria santidade, faz a seguinte declaração:
"Farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo de Israel", Ez 39.7. Veja ainda os seguintes textos: Jó 6.10; SI 71.22; SI 78.41; Is 1.4; 5.19; 30.11; 60.9; 60.14; Jr 51.5 e He 3.3.
Bibliografia:
BÍBLIA SAGRADA
Jair José Rodrigues - A PESSOA DE JESUS NO ANTIGO TESTAMENTO
Gióia, Egídio - Notas e Comentários à Harmonia dos Evangelhos, p. 356.
Olson, N. Lawrence - O Servo de Jeová, p. 55.
Crabtree, A. R. - A Profecia de Isaías, p. 232.